Quarta-feira, 5 de Outubro de 2011
Ambrizete O heli, o Novais e o Capitão

O soldadito seguiu os procedimentos estabelecidos, mas sou as estopinhas para se safar dum castigo.

 Ambrizete, o dia estava húmido e calmo como habitualmente, um nevoeiro muito denso cobria a Vila de Ambrizete Ouviu-se a aproximação de um helicóptero, verificou-se que ele estava estabilizado nas proximidades, foi ligado o banana (aparelho de rádio portátil para comunicação com aviação militar ), foi estabelecida a comunicação, aqui terra chama (…..) nome de código do aparelho, (por sinal o nome de um animal nojento com asas )

Aqui Capitão …… preciso de reabastecer o aparelho e não tenho visibilidade para aterrar, devido ao tecto de nevoeiro, preciso de orientação.

 Era uma manobra arriscada, pois a aterragem era na estrada de terra batida, inclinada de acesso à praia, frente ao quartel, e o não se via o aparelho, seguiram-se os procedimentos adequados á situação e a operação foi bem sucedida.

 O operador manteve-se no local coberto de pó das pestanas até aos tomásseis, a nuvem assentou e eis que o dito capitão sai da cabine, o soldadito enfia o kiko na cabeça, por cima do cabelo empastado de areia, coloca-se em sentido e faz a continência, o capitão passa ao lado seguindo em frente, levanta a mão direita, provavelmente para sacudir a mosca da orelha.

 O operador regressa ao seu posto e eis que minutos depois o nosso Alferes Vilar, oficial de transmissões, entra pelo posto de rádio dentro, vermelho como um tomate, com um cigarro na boca e a tirar outro do maço para acender, as mãos a tremer e interroga, quem estabeleceu comunicação com o heli? O capitão queixou-se ao comandante de que não foi tratado pela patente e vai dar uma porrada no operador.

O operador não foi punido, mas o capitão foi difícil de convencer de que o operador estava impedido de utilizar outra linguagem.

 A exemplo de outros relatos inseridos neste blog, nessa época e circunstâncias, tal como hoje, verifica-mos há uma confrangedora falta de valores, formação e atitude, numa boa parte dos seres humanos. Um fraternal abraço

 Novais (ex. radiotelegrafista – o doutor) 

 Em anexo fotos da equipa de transmissões com o nosso Alferes Vilar e a  foto do dito heli que eu fiz questão de guardar para recordação, na mão estão precisamente as normas, com que foi possível justificar os procedimentos da comunicação.

Ambrizete-54.jpg

Ambrizete-55.jpg



publicado por bcac3869 às 23:49
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